.Psicólogo especialista no tratamento e orientação sobre consumo de drogas e álcool alerta que os efeitos sociais das bebidas são muito maiores do que se percebe
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que o uso nocivo do álcool causa cerca de 2,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Dessas mortes, mais de 320 mil são de jovens entre 15 e 29 anos. A bebida alcoólica é responsável direta por 3,8% de todas as mortes registradas no mundo e por 4,5% dos casos de incapacitação. Nas Américas, e notadamente na América do Sul, o problema é ainda mais visível: o consumo de álcool é o principal fator de risco que contribui para morte prematura e incapacitação. A bebida alcoólica causa aproximadamente 9% das mortes nas Américas, enquanto o fumo causa cerca de 6%, a obesidade 5% e a hipertensão 4%.
Segundo o psicólogo Dionísio Banaszewski, que há mais de vinte anos se dedica ao estudo, orientação e tratamento de usuários de drogas e álcool e seus familiares, afirma que os efeitos das bebidas alcoólicas são muito maiores do que se pode perceber à primeira vista. “Se analisarmos todos nos números de mortes no trânsito, em brigas, bares, discussões familiares... vamos perceber que boa parte delas tem como ponto de partida o consumo exagerado de álcool”, argumenta. “E, em grande parte, isso acontece pelo fato de o álcool ser aceito socialmente. Os jovens, por exemplo, são levados a beber até por autoafirmação, como forma de se engajar e ser aceito no grupo. Como todos bebem, ele se sente forçado a beber também”, comenta Dionísio.
O especialista afirma que o consumo desmedido de álcool está no rol do que se chama “peste emocional” – para se pertencer a um determinado grupo, o indivíduo adota comportamentos típicos dessa “tribo”. O mesmo se pode dizer da busca exagerada pela beleza, pela magreza, o consumismo e outros comportamentos típicos da contemporaneidade.
A pesquisa desenvolvida pelo Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas, Obid, em 2005, aponta que 74,6% das pessoas afirmam já ter consumido bebida alcoólica no Brasil. Segundo o psicólogo, aproximadamente 1/3 dos consumidores começam a apresentar problemas derivados do consumo. Esses problemas tendem a se agravar, levando à dependência em aproximadamente 12% dos casos. Dionísio cita o estudo da pesquisadora Jandira Mazur, que afirma que um grande problema é perceber quando se passa de um grau a outro, ou seja, dos problemas do álcool à dependência da bebida.
A informação para a prevenção é o melhor caminho para se evitar os problemas sociais do consumo exagerado do álcool. Dionísio Banaszewski lembra que a prevenção deve começar em casa, por exemplo com os pais retardando a possibilidade de acesso dos filhos à bebida alcoólica. “Ao invés de incentivarem os filhos a beber, os pais deveriam dificultar o acesso à bebida, não esperando que isso venha apenas de políticas públicas”, conclui.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
MAIS DA METADE DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO SÃO CAUSADOS PELA INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Psicólogo que trabalha com prevenção, orientação e tratamento de dependentes químicos alerta que o álcool é um dos mais graves problemas sociais
Você sabe o que é “binge drinking” ou “beber em binge”? É o termo utilizado para se referir às pessoas que não têm o hábito de beber, mas que, esporadicamente, bebem em grande quantidade. De acordo com o psicólogo Dionísio Banaszewski, especialista em trabalhos de prevenção, orientação e tratamento de dependentes químicos, essas situações são responsáveis por grande parte dos acidentes de trânsito registrados em todo o país. Estima-se que, nos finais de semana, pelo menos 400 pessoas morram em acidentes de trânsito no Brasil. Cerca de 60% dessas mortes no trânsito são causadas por imprudência devida ao consumo de bebidas alcoólicas.
Para se reduzir esses números, segundo o especialista, é preciso se investir em orientação e informação. Em 2003, quando presidiu o Conselho Regional de Psicologia do Paraná, Dionísio promoveu uma parceria entre o CRP-PR e varas de delito de trânsito para levar orientação a pessoas que estavam sendo julgadas por crimes de trânsito. Em quase a totalidade dos casos analisados, foi constatado que havia consumo de bebidas alcoólicas. Pela relevância do trabalho desenvolvido, o CRP-PR foi condecorado com menção honrosa no Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito.
“Quando se leva informação às pessoas, o comportamento muda”, garante o psicólogo. Dionísio Banaszewski critica a impunidade em relação aos crimes de trânsito no Brasil. Na maioria das vezes, os causadores de acidentes pagam fianças e permanecem em liberdade. Mesmo nos casos de maior visibilidade, em que a sociedade toma conhecimento e manifesta indignação, as histórias raramente terminam em punição exemplar, como prisão dos criminosos, por exemplo. “É preciso fazer uma soma de trabalhos nas mais diferentes frentes, desde a prevenção até a punição. Defendo a educação continuada, que envolve orientação, fiscalização e punição nos casos de crimes”, afirma. Um exemplo da indignação do especialista é o fato de a lei permitir que os motoristas se neguem a fazer o exame do bafômetro. “Quem não deve não teme. O bafômetro pode ser uma defesa para quem não ingeriu bebidas alcoólicas, uma prova a seu favor. Por outro lado, não fazer o exame deveria ser visto como presunção de culpa”, argumenta, defendendo mudanças na lei. “Está mais do que na hora de nossos legisladores pensarem nisso”, alfineta.
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Você sabe o que é “binge drinking” ou “beber em binge”? É o termo utilizado para se referir às pessoas que não têm o hábito de beber, mas que, esporadicamente, bebem em grande quantidade. De acordo com o psicólogo Dionísio Banaszewski, especialista em trabalhos de prevenção, orientação e tratamento de dependentes químicos, essas situações são responsáveis por grande parte dos acidentes de trânsito registrados em todo o país. Estima-se que, nos finais de semana, pelo menos 400 pessoas morram em acidentes de trânsito no Brasil. Cerca de 60% dessas mortes no trânsito são causadas por imprudência devida ao consumo de bebidas alcoólicas.
Para se reduzir esses números, segundo o especialista, é preciso se investir em orientação e informação. Em 2003, quando presidiu o Conselho Regional de Psicologia do Paraná, Dionísio promoveu uma parceria entre o CRP-PR e varas de delito de trânsito para levar orientação a pessoas que estavam sendo julgadas por crimes de trânsito. Em quase a totalidade dos casos analisados, foi constatado que havia consumo de bebidas alcoólicas. Pela relevância do trabalho desenvolvido, o CRP-PR foi condecorado com menção honrosa no Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito.
“Quando se leva informação às pessoas, o comportamento muda”, garante o psicólogo. Dionísio Banaszewski critica a impunidade em relação aos crimes de trânsito no Brasil. Na maioria das vezes, os causadores de acidentes pagam fianças e permanecem em liberdade. Mesmo nos casos de maior visibilidade, em que a sociedade toma conhecimento e manifesta indignação, as histórias raramente terminam em punição exemplar, como prisão dos criminosos, por exemplo. “É preciso fazer uma soma de trabalhos nas mais diferentes frentes, desde a prevenção até a punição. Defendo a educação continuada, que envolve orientação, fiscalização e punição nos casos de crimes”, afirma. Um exemplo da indignação do especialista é o fato de a lei permitir que os motoristas se neguem a fazer o exame do bafômetro. “Quem não deve não teme. O bafômetro pode ser uma defesa para quem não ingeriu bebidas alcoólicas, uma prova a seu favor. Por outro lado, não fazer o exame deveria ser visto como presunção de culpa”, argumenta, defendendo mudanças na lei. “Está mais do que na hora de nossos legisladores pensarem nisso”, alfineta.
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