domingo, 23 de setembro de 2012

CRACK- A METÁSTASE DA DROGA


CRACK – A METÁSTASE DA DROGA



Câncer é o sinônimo de doença terminal, por isso o paralelo ilustra bem como a sociedade vê é o crack.

Tal como o que se percebe com relação ao tratamento do câncer: todos os que podem ser tratados preventivamente em geral não avançam, ou não acontecem. E outros quando diagnosticados a tempo, são tratados com sucesso, através de métodos cirúrgicos, quimio e/ou radioterápicos. No caso da drogadição, quando diagnosticado o uso abusivo do álcool, ou de qualquer outra droga ilícita em tempo, também se pode ter um prognóstico positivo.

Na questão da droga existem dois pontos a serem atacados: O primeiro é a oferta: os meios de comunicação nos bombardeiam diariamente com verdadeiras cenas cinematográficas. A guerra do mocinho contra o bandido, situações heróicas infindáveis, pois o comércio das drogas, tanto lícitas quanto ilícitas se reproduz como ratos. Pois existe um vasto manancial que os alimenta. Este manancial é o segundo tópico: a demanda.

A demanda se dá através do uso. E não podemos mais ficar cegos para a inexistência de políticas preventivas que discutam o álcool como a principal droga, que livremente se alardeia e divulga em plenas manhãs de domingo, em patrocínios nos principais programas esportivos, à disposição de todos os ouvintes ou telespectadores. E pasmem: Não vemos, nem ouvimos nenhum político enfrentando essa situação. “Por que será?” E esta é a droga que mais mata seres humanos na face da terra.

Em segundo lugar, é necessário que a sociedade se conscientize de que hoje qualquer experiência emocional é abafada através de um psico-fármaco, que em grande parte é receitado sem um diagnóstico mais apurado. É uma forma de calar ou amansar a sociedade! E pasmem: também não vemos nenhuma política pública, ou político questionando essa situação. “Porque será?”

Depois temos as drogas ilícitas ditas “leves, como a maconha, que está tão incorporada na sociedade, que ninguém mais dá atenção à ela, como se ela não fosse a desencadeadora do processo de inúmeros casos de psicoses e de um retardo na maturação emocional de seus usuários crônicos.

E chega o momento que grande parte dos usuários busca algo a mais. E esse algo a mais tem um nome: CRACK. E as crackolândias podem ser comparadas hoje aos leprosários de muito antigamente. O uso do crack no indivíduo pode ser comparado ao que descrevemos acima: Já é a metástase do uso da droga. Serão difíceis os casos de sucesso no tratamento, ou o tratamento vai requerer um investimento muito maior, tanto financeiro quanto profissional, para os quais o estado mostra-se limitado.

Nos últimos anos tenho discutido e proposto que o caminho de enfrentamento dar-se-á quando o poder público e a sociedade unidos enfrentarem de fato esse problema, com um verdadeiro choque de gestão.



Dionisio Banaszewski Psicologo, Psicoterapeuta, Supervisor e Consultor

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

artigo ATO MÉDICO – PSICÓLOGOS REALMENTE COMPROMETIDOS COM A ÉTICA PROFISSIONAL

Todos sabemos que os japoneses são os maiores consumidores de peixes do mundo. Em determinado momento foram diminuindo os peixes da costa e eles tiveram que passar a buscar em oceanos mais profundos. Mesmo contando com toda a infraestrutura em seus barcos pesqueiros, acontecia que os peixes chegavam abatidos e pouco oxigenados. Certo dia, um desses japoneses teve um insight: resolveu colocar um tubarão para nadar junto com os peixes nos tanques dos barcos. Os peixes, que não queriam ser devorados, foram obrigados a nadar com maior agilidade para se defender do tubarão. Dessa maneira, os peixes chegavam muito mais saudáveis aos portos.
A situação do Ato Médico, que tem sido mostrada pelos nossos representantes, dizendo que não seremos prejudicados, é o maior engodo que pode acontecer, pois nos coloca numa posição passiva, tanto em aspectos da Lei, quanto em aspectos práticos e culturais que são inerentes à sua aprovação.
Nos aspectos da Lei, precisamos compreender que, quando a lei do Ato Médico fala em privacidade no diagnóstico e prescrição nosológica, no seu artigo IV, está falando em todos os aspectos da saúde mental e da loucura. Isso se torna privativo do profissional da Medicina. Fica a pergunta: Qual a defesa que fazemos da sociedade quando permitimos que isso aconteça, já que hoje, nem a psiquiatria é mais psiquiatria, e sim psicofarmacologia? Devemos nos submeter a esse domínio psicotrópico? E até quando iremos permitir a invasão e a desqualificação de nossa profissão, com essa passividade que me parece conformista?
E não quero aqui fazer crítica pela crítica apenas, mas sim lembrar que em 2003 levamos o tema a discussão por duas vezes dentro da Assembleia Legislativa do Paraná, fazendo com que a PL25/2002 não se tornasse Lei.  E dessa vez nas negociações no Senado em Brasília, nossos representantes não têm se mostrado realmente comprometidos com a causa. É como se ignorassem a importância da clínica como um dos principais ramos de ação da Psicologia. Não vemos, em momento algum, mobilização legal de defesa dos nossos espaços. Isso também é uma responsabilidade de proteção da sociedade.
Está passando por debaixo dos nossos olhos a implantação do ATO MÉDICO, mesmo antes de ter sido aprovado e sancionado. Basta percebermos o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde, tanto em nível público, quanto privado. Vejam o caso dos planos de saúde, em que os pacientes só podem ser encaminhados para atendimento psicológico, pela “autoridade” médica.  Me sinto envergonhado! Qual a ação de proteção à sociedade que está sendo feito junto à Agência Nacional de Saúde, órgão que regula tais planos?
Toda essa discussão nos leva a outro ponto que tem criado marcas culturais. De repente, esse nosso Complexo de Inferioridade e de omissão faz com que a sociedade acredite que realmente somos inferiores, pois sequer nos damos o direito de participar e exigir a nossa participação na construção das políticas públicas desse país. Na maioria das vezes nos limitamos a criticar, sem oferecer alternativas de soluções que são de nossa competência e de nosso conhecimento, aí vêm os outros e fazem ao seu modo. 
Portanto, se não nos posicionarmos com o protagonismo que a Psicologia merece, seremos coadjuvantes dela mesma!
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