segunda-feira, 26 de abril de 2010
A juventude pede socorro.
Certa ocasião me convidaram para falar num congresso sobre drogas, pediram que eu abordasse a possibilidade de diálogo entre pais e filhos quanto ao tema. Iniciei contando uma história de um paciente meu que quando adolescente começou a fumar maconha, os pais não perceberam, ele continuou fumando. Pai, mãe e família não viram, não ouviram e ele continuou fumando. Certo dia a mãe encontrou uma quantidade da droga, porém ele conta uma estória e a mãe acredita.
Depois de um tempo, novamente a mãe encontra outra quantidade da droga, muito maior do que da primeira vez. Chama o pai, mas nenhuma atitude é tomada, o filho enrola os dois e continua com o "bagulho". Dias depois ele é preso com um tijolo de maconha e neste momento a família então me procura para orientar o caso.
Assim que ele consegue a liberdade condicional iniciamos um processo de psicoterapia e chegamos a conclusão que desde a primeira vez ele queria socorro da família e como não foi visto ou ouvido o seu pedido restou-lhe a polícia, esta sim, ouviu e viu e deu o limite pedido.
Este moço seguiu seu tratamento de forma séria e saudável e hoje é um cidadão honrado, seguidor de suas obrigações e direitos sociais.
Há algumas semanas o programa Fantástico, da Rede Globo, nos mostrou uma reportagem sobre a cracolândia de Brasília, clique aqui para conferir a reportagem. Em plena Esplanada dos Ministérios, bem embaixo do nariz da Praça dos Três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - exatamente no centro do poder do Brasil. O uso à luz do dia, pessoas morrendo pelo consumo de drogas e também a venda da mesma.
Agora eu faço uma pergunta: o que isso quer dizer? O que a droga pede a esses "senhores do poder"? Qual a razão da falta de atitudes sérias e humanas para estas pobres pessoas?
Será falta de conhecimento? Ou será falta de competência? Será que algum desses senhores poderia nos responder?
Traço um paralelo da história que vos relatei acima e tenho certeza de que é um grande pedido de socorro, pois quem conhece o problema sabe que é assim que funciona. Basta que tenhamos olhos e ouvidos para buscarmos alternativas de como lidar com o caso e principalmente pela sua fragilidade.
Penso que precisamos discutir profundamente e buscarmos alternativas efetivas, afim de minimizarmos este problema que está destruindo a nossa juventude.
Ou toma-se atitudes sérias e com responsabilidade e sabedoria ou nossos dissabores serão imensuráveis!
E vamos ao debate!
Abraços
Psicólogo Dionísio
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