Psicólogo defende a adoção de programas educacionais de prevenção às drogas desde o ensino fundamental
Uma das maiores falhas no combate ao alcoolismo e ao uso de drogas ilícitas está na falta de investimentos na prevenção. De acordo com o psicólogo Dionísio Banaszewski, especialista no combate à drogadição, famílias e escolas devem apostar desde cedo na informação como a principal arma contra as drogas. “Assim como na saúde geral, tudo o que é investido em prevenção contra o uso de drogas pode ser economizado no tratamento. Acredita-se que os investimentos em prevenção podem reduzir em pelo menos cinco vezes o que se gasta em tratamentos – que muitas vezes não alcançam sucesso”, salienta o especialista.
A escola pode ter papel fundamental nessa questão. As pessoas ainda têm no seu imaginário a ideia do traficante na porta da escola, seduzindo crianças. Essa é uma imagem ultrapassada, segundo o psicólogo, porque hoje o caminho é o da curiosidade, que faz com que, muitas vezes, as próprias crianças procurem experimentar bebidas e drogas – e o acesso é facilitado. Por isso, se as escolas investirem em informação para a prevenção, podem driblar a curiosidade dos estudantes desde cedo. Outro aspecto importante é que, quando a escola está atenta ao problema, os casos de uso de drogas são mais facilmente descobertos, estudados e tratados, antes que tomem proporções mais preocupantes, explica Dionísio.
Trabalho profissional
Para que o trabalho contra as drogas seja efetivo nas escolas, Dionísio Banaszewski defende que as instituições adotem programas específicos, com profissionais habilitados, ao invés de apenas sobrecarregarem mais os professores. “O professor, nesses casos, é um coadjuvante importante para fortalecer o combate, mas não pode ser responsabilizado pelo desenvolvimento de ações como palestras a apresentações de conteúdos de combate ao uso de álcool e drogas”, comenta.
Levar palestras esporádicas, contando experiências ou histórias de cunho meramente emocional, pode sensibilizar algumas pessoas, mas não chega a ser efetivo para a prevenção, de acordo com o psicólogo. Mas quando a escola adota programas continuados e abrangentes, atingindo todo o corpo funcional, desde os colaboradores até professores e estudantes, os resultados são mais significativos, garante o especialista.
O psicólogo orienta profissionais que têm trabalhado em instituições de ensino, como universidades e escolas, promovendo ações de prevenção contra o uso abusivo de bebidas alcoólicas e drogas. No Colégio São José, na cidade de Porto União (SC), por exemplo, o programa continuado de combate ao uso de drogas já dura mais de cinco anos. Nesse período, foi possível ver mudanças comportamentais na comunidade, como, por exemplo, festas de debutantes sem bebidas alcoólicas. Os poucos problemas que surgiram no período foram diagnosticados e tratados rapidamente. “E o mais interessante é que, nos poucos casos que surgiram, os próprios estudantes buscaram ajuda, porque sabiam dos riscos a que estavam expostos”, comenta o psicólogo.
Uma pesquisa apresentada na Conferência Municipal de Saúde de União da Vitória (PR), município “gêmeo” de Porto União, em 2005, mostrou que a iniciação ao uso de bebidas alcoólicas chegou a atingir 98,6% em alunas do ensino médio de escolas particulares da região. Esses índices caíram para 54%, de acordo com pesquisa realizada em 2009, especificamente dentro do Colégio São José. Com base nesses números, Dionísio salienta a importância dos trabalhos de prevenção. “Está mais que comprovado que a prevenção é muito mais efetiva até mesmo que o tratamento. Infelizmente os tratamentos contra as drogas têm índice de sucesso de apenas 33%, sempre correndo o risco de recaídas. Já na prevenção, cuida-se do problema antes que ele se instale”, conclui o psicólogo.
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